Vocês já devem ter ouvido sobre o aumento de casos de Coqueluche no estado de São Paulo. Mas, e aí, quem deve se preocupar?
Primeiro, vale entender a doença.
A Coqueluche é causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela causa uma inflamação no trato respiratório (traquéia e brônquios, principalmente).
A doença começa como um quadro gripal comum e evolui para o seu principal sintoma: a tosse. A pessoa passa a ter crises de tosse seca intensas, sem pausas, com duração de mais de 1 minuto e um som no final da tosse, o guincho (parece um grito). Especialmente os bebês podem ficar roxos nessas crises.
A transmissão é por gotículas de saliva ou pelo contato com objetos contaminados com secreções do doente. Ou seja, tossiu, sem máscara (não me diga, que novidade!) pode contaminar quem está à sua volta. Imagine isso numa sala de aula com todas as janelas fechadas.
Detalhe: a doença é imunoprevenível e a pessoa precisa de pelo menos 3 doses com intervalo de 2 meses entre elas para estar imune. Os bebês recebem essa 3ª dose no sexto mês de vida (considerando que estamos no século XXI e nem vamos discutir sobre a tese do século XIX de que não se deve tomar vacina).
Alguma dúvida do porquê é importante vacinar? Do porquê o tio é chato e fala para tomar cuidado com visitas aos recém-nascidos e postergar a entrada na creche ou sugere tirar algumas crianças da creche?
Existe indicação de se tomar vacina durante a gravidez (anticorpos para o feto e proteção para o recém-nascido) e, claro, de seguir o calendário vacinal. E podem ser feitas campanhas “extras” de vacinação para bloqueio de surtos.
O diagnóstico da doença é clínico, confirmado através de alguns exames de laboratório. E o tratamento é feito com antibióticos e suporte (hidratação, oxigênio, etc).
Dr. Márcio Guedes – Pediatra | CRM 100.480 – RQE 49.046


