O Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa um desafio crescente para os planos de saúde, tanto no Brasil quanto no mundo. Este transtorno neurológico, caracterizado por dificuldades na comunicação e comportamentos repetitivos, exige uma abordagem multidisciplinar para um tratamento eficaz, incluindo terapias comportamentais, fonoaudiologia, psicologia, entre outras.
Para os planos de saúde, o aumento no diagnóstico de TEA implica em uma maior demanda por serviços especializados. Isso gera a necessidade de ampliar a rede de profissionais capacitados e de centros de tratamento, além de investir em treinamentos específicos para os profissionais de saúde. A cobertura dessas terapias, frequentemente caras e de longo prazo, pode aumentar os custos operacionais dos planos de saúde.
Além disso, a legislação vigente, como a Lei nº 12.764/2012 no Brasil, assegura direitos específicos às pessoas com TEA, incluindo o acesso a tratamentos adequados pelos planos de saúde. Isso pressiona as operadoras a garantir o cumprimento dessas normas, evitando sanções e processos judiciais.
Por outro lado, o investimento em tratamentos adequados pode resultar em benefícios a longo prazo, como a redução da necessidade de internações e de tratamentos mais complexos no futuro. Planos de saúde que implementam programas de atenção integral ao autismo podem melhorar a qualidade de vida dos beneficiários, fidelizando clientes e promovendo uma imagem positiva da operadora.
Em síntese, o impacto do TEA nos planos de saúde é significativo, exigindo adaptações e investimentos, mas também oferecendo oportunidades para melhorias nos serviços prestados e na qualidade de vida dos pacientes.
Dr. Mário Casemiro Junior – Diretor de Defesa Profissional da APM