As hepatites virais são infecções silenciosas que afetam milhões de pessoas no mundo. No Brasil, estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas convivam com algum tipo de hepatite sem saber.
O principal desafio? A maioria dos casos não apresenta sintomas nas fases iniciais, o que torna a informação e a prevenção as maiores aliadas da população.
O que são as hepatites virais?
As hepatites são inflamações no fígado, geralmente causadas por vírus. Os tipos mais comuns são:
A, B, C, D e E. Os tipos B e C são os mais preocupantes por seu potencial de se tornarem crônicos e causarem complicações graves, como cirrose e câncer de fígado.
Prevenção começa com informação
A boa notícia é que muitos casos podem ser prevenidos ou tratados precocemente.
Entre as principais formas de prevenção, estão:
✅ Vacinação – Principalmente contra a hepatite B (disponível no SUS para todas as idades) e hepatite A (indicada para grupos específicos).
✅ Higiene e saneamento – Essenciais para evitar hepatites A e E.
✅ Uso de preservativo – Reduz o risco de transmissão por via sexual.
✅ Evitar compartilhamento de objetos pessoais – Como escovas de dente, lâminas e seringas.
✅ Testagem e acompanhamento médico – Muitas pessoas convivem com hepatite sem saber. Um simples exame de sangue pode mudar esse cenário.
Atenção especial para grupos de risco
Algumas pessoas devem receber cuidados redobrados e orientação específica. São elas:
- Usuários de drogas injetáveis;
- Pessoas vivendo com HIV;
- Homens que fazem sexo com homens;
- Indivíduos com múltiplos parceiros sexuais;
- Profissionais de saúde;
- Pessoas privadas de liberdade;
- Pacientes em hemodiálise;
- Contatos domiciliares de portadores;
- Gestantes;
- Viajantes a regiões com alta incidência;
Para esses grupos, a testagem periódica e a vacinação são fundamentais.
E durante a gravidez? Cuidados com o bebê! As gestantes precisam de atenção especial:
Todas devem ser testadas para hepatite B e C logo no início do pré-natal. Em caso positivo, há medidas específicas para evitar a transmissão para o bebê. A vacina contra hepatite B é segura durante a gestação e deve ser aplicada em gestantes suscetíveis.
No caso da hepatite C, o tratamento costuma ser feito após o parto, mas o acompanhamento deve ser rigoroso.
Hepatite tem cura e tratamento
A hepatite C hoje é curável com medicamentos altamente eficazes. Já a hepatite B, apesar de não ter cura definitiva, pode ser controlada com acompanhamento médico, garantindo uma vida longa e saudável.
Combater o preconceito também é parte da prevenção
É fundamental lembrar: hepatite não se pega no abraço, no aperto de mão ou no convívio social. Portadores de hepatite não devem ser
excluídos da escola, do trabalho ou da convivência. Informação combate o estigma.
Converse com seu médico, teste-se e vacine-se
A prevenção começa com uma atitude simples: falar sobre o assunto.
Quanto mais pessoas souberem, menos casos teremos. Compartilhe esta informação com sua família, amigos e comunidade.
Dr. Gabriel C. Alvarenga – Ginecologista e Obstetra – CRM 89935 – RQE 56608