Atualização da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre Doença do Refluxo Gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma queixa comumem consultas médicas, sendo considerada uma condição multifacetada que pode causar ou exacerbar uma série de síndromes clínicas.

Apesar de tratar-se de uma condição comum o diagnóstico da DRGE é desafiador, já que tem como base a clínica, o que pode variar enormemente entre faixas etárias e diferentes síndromes.

Assim como ocorre em adultos, a evolução para cronicidade é mais comum em crianças maiores do que nos lactentes e o curso pode ser mais flutuante, com períodos de exacerbação dos sintomas e outros de aparente controle da doença.

Embora sejam mais frequentes os sintomas relacionados ao ácido, outros fatores podem estar associados aos sintomas, como refluxo alcalino, problemas de motilidade, hipersensibilidade esofágica e distúrbios funcionais.

Os sintomas atribuídos à DRGE variam de acordo com a faixa etária e possíveis complicações, apresentando-se geralmente como um quadro heterogêneo e com manifestações inespecíficas. Estes sintomas são categorizados em:

• Sintomas gerais, como irritabilidade/choro, dificuldades com ganho de peso e halitose.
• Sintomas gastrointestinais, como regurgitações, hematêmese/melena, engasgos/recusa alimentar e azia.
• Sintomas respiratórios, incluindo rouquidão, estridor, tosse, apneia/cianose e sibilância.

Sintomas como febre, letargia e déficit de crescimento, assim como a presença de vômitos biliosos, diarreia crônica e sangramento retal, são considerados sinais de alarme para a investigação de diagnósticos alternativos.

O início tardio (após os 6 meses) ou a persistência dos sintomas além dos 12 meses também indicam a necessidade de avaliação adicional.

Em situações em que os sintomas são mais subjetivos, especialmente em lactentes, deve-se ponderar o custo-benefício de realizar exames complementares, já que não há um exame padrão-ouro para o diagnóstico de DRGE. A princípio deve-se optar pelo tratamento conservador, com as seguintes medidas:

Na maioria dos casos, a DRGE é diagnosticada clinicamente, e medidas conservadoras (orientações gerais, medidas dietéticas e posturais) são parte importante do tratamento.

Atualmente, existem diversas opções para o tratamento medicamentoso, cada uma com suas respectivas indicações.
É fundamental evitar o uso exagerado e desnecessário de medicamentos antiácidos, especialmente no tratamento de lactentes com DRGE, já que, na maioria das vezes, a doença não apresenta forte relação com a acidez.

Fonte: PEBMED – 25/01/2025

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