A crise política enfrentada por nosso país nos últimos anos não se limitou à política partidária nacional, mas causou grandes entraves e limitações às lutas da classe médica em questões como a defesa do SUS, defesa do ensino médico de qualidade, defesa do ato médico, valorização do trabalho médico no setor público, privado e na saúde suplementar.
A unidade das entidades médicas na defesa da profissão foi abalada e o que se viu foram acusações, muitas vezes infundadas, entre grupos e chapas concorrentes, sobretudo nas eleições para os conselhos regionais.
É muito importante que haja união entre as entidades e que as nossas principais reinvindicações possam ser levadas adiante com união entre nossos representantes.
Questões ideológicas e partidárias não podem permear nossas lutas pela defesa da profissão e defesa de uma saúde de qualidade para toda a sociedade, seja no setor público ou privado.
Questões de natureza científica não podem, em hipótese alguma, serem discutidas num viés político, desconsiderando a posição de nossas sociedades de especialistas, as quais sempre pautaram seus critérios no conhecimento científico estabelecido e consolidado.
Diferenças políticas sempre existiram e continuarão a existir, sendo fundamento inerente a qualquer democracia. A liberdade de expressão continuará sendo a pedra fundamental do Estado Democrático e o alicerce de nossa profissão, como de qualquer outra.
Precisamos, acima de tudo, buscar posições de consenso para que possamos continuar promovendo a saúde que é o objetivo maior e mais importante de nosso trabalho. Posições estas que sejam sempre pautadas pelos princípios éticos que sempre nortearam o trabalho daqueles que nos antecederam.
Francisco Ruiz – Presidente APM Indaiatuba