Startup, Aplicação, Telemedicina, Robótica, Inteligência Artificial, Engenharia de Dados, Algoritmos… Essas expressões, cada vez mais, permeiam as conversas e as rotinas do profissional de saúde e se referem a conceitos e práticas altamente transformadoras da realidade e do desempenho tanto da gestão em saúde, quanto da prática médica direta.
Abrem-se áreas até então pouco exploradas ou mesmo desconhecidas como a engenharia de dados em que algoritmos poderosos pescam sutilezas em meio a nuvens de dados.
Esses algoritmos permitem o processamento concomitante de milhares de variáveis enquanto a engenharia de dados se incumbe de decifrar associações, correlações e tendências, de extrema importância para esboçar políticas e estratégias mais assertivas de acordo com objetivos estabelecidos.
Startups elaboram aplicações que se apropriam das informações e por meio de plataformas e aplicativos, fazem a interface com os consumidores diretos. Para teleatendimentos, telediagnósticos, robótica, entre outros, já é realidade.
A inteligência artificial por sua vez, trata de customizar as aplicações de modo único para cada usuário, enquanto se retroalimenta de dados que irão, cada vez mais, melhorar seu desempenho. Deste modo, cada vez mais se produz robôs com características humanoides espantosamente realísticos capazes de aprender, servir ou substituir o ser humano em várias tarefas e desde já em algumas, superá-lo. A área de diagnósticos já vem muito
adiantada nesta questão.
A certeza que fica é que nada mais será como antes. Tudo está mudando, processos de aprendizagem, de trabalho, a maneira como nos relacionamos. Vivemos uma turbinada metamorfose que nos imerge para dentro de um novo conceito de mundo, de universo: o “ metaverso. Pode(re)mos viajar sem sair do lugar, vivenciar sem nunca ter estado, operar sem ter tocado e até mesmo ter um avatar à nossa própria imagem e alma, talvez um dia.
Treinamentos, workshops, terapias na área da psicologia e psiquiatria poderão muito se beneficiar. Isso tudo requer um tráfego grande e veloz de dados que o advento da internet 5G vem equacionar.
Ao mesmo tempo que se amplia a disponibilidade e o acesso, faz-se necessário o regramento de seu uso na forma de leis, diretrizes e de regulação que são, volta e meia desafiados moral e eticamente pela “atropelante” evolução tecnológica e em especial, digital.
Devemos reconhecer, aceitar e aproveitar a disruptiva e inevitável transformação induzida pelo digital, como sendo de mesma relevância que a revolução industrial na história da humanidade. Deve ser vista como algo indutor de inovação, transformador e democratizante, pois eleva a eficiência e a produtividade para altos patamares, dá-lhes escala e amplia o acesso a ferramentas tecnológicas e conhecimento. Para a medicina, é
uma janela que se abre para infinitas possibilidades.
Dr. Gabriel Carvalho de Alvarenga – Diretor de Defesa Profissional