Agosto de 2023 é uma data que deve ficar na memória dos médicos no país, e em especial, no Estado de São Paulo.
Teremos eleições em instâncias federal, estadual e regional para cargos de direção e os rumos da medicina serão desenhados pela forma como as escolhas serão feitas.
De todas, a que mais está acirrada é a do Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo. A disputa pelo CREMESP tem se intensificado à medida que nos aproximamos das datas da realização dos pleitos. Estratégia muito usada por chapas oportunistas é acusar a concorrência de ser de esquerda para capitalizar a mágoa que os médicos têm das políticas desconstrutivas voltadas à classe.
Uma coisa está bem clara, levar a discussão para um duelo, esquerda versus direita como ocorreu na eleição passada, só ajuda aos “Sem Propostas”, que se valem desta estratégia desonesta e ultrapassada para encobrir sua incompetência. Não podemos cair nesta armadilha e deixar de constatar os danos que tal atitude nos proporcionou em função desta polarização pueril e nefasta que nos rendeu o atual conselho, que muito deixou a desejar!
• Seu eloquente desprestígio remete ao não cumprimento de suas prerrogativas de dar um rumo aos médicos e blindá-los durante a pandemia da COVID-19, quando o debate ficou capturado pela classe política e pela mídia.
• Sua lesiva omissão na fiscalização das mídias digitais pelo CODAME por ele extinto, e a epidemia de profissionais
com comportamentos que envergonham a classe.
• A inconsequente e expansiva invasão do Ato Médico beneficiado pela sua omissão.
• Seu tímido empenho nas vergonhosas tentativas do governo de desqualificar o REVALIDA.
• A frenética criação de vagas para cursos de medicina, sem conexão com a super desequilibrada distribuição na
demografia médica, levando a largos passos, à degradação do médico e da profissão de médico.
Por tudo isso, precisaremos revitalizar a nossa relação com o Congresso e dialogar mais com a sociedade, fazendo valer o devido prestígio para com os conselhos médicos, em temas relacionados à defesa da saúde.
Os desafios são vitais e de ordem prática para o Conselho, e estes não podem ser reduzidos a uma questão meramente ideológica.
Dr. Gabriel C. Alvarenga – Diretor de Defesa Profissional da APM Indaiatuba