Pode ser cansativo ouvir falar de COVID-19, mas a doença não acabou! Pior ainda, não cansa de incidir e nos afligir com uma expressiva, portanto relevante morbimortalidade. No mundo inteiro foram 532 milhões de casos até os dias atuais, resultando 6,3 milhões de mortes. De acordo com o site Our World in Data, para alguns países como EUA, Índia, Brasil, França e Alemanha por exemplo, os casos de COVID-19 são estimados em 84,8 – 43,2 – 31,2 – 28,8 – e 26,5 milhões respectivamente e as mortes nesta mesma ordem de citação atingem números como 1,01 milhão – 525 – 667 – 145 e 139 mil.
Algumas semanas atrás, recentes notícias na mídia deram conta de um novo lockdown na China. Por pelo menos três vezes, vimos a progressão saltatória de um continente para outro até alcançar o Brasil, e agora está se falando em quarta onda. Houve sim, uma questionável condução da pandemia por parte das autoridades sanitárias, porém a introdução da vacinação seguramente contribuiu muito para mitigar a morbimortalidade. Por outro lado, os veículos de comunicação e vários artistas de grande projeção vocalizaram muito a sua indignação pelo descaso mas, não obstantes sua pegada crítica, não deixaram de promover e ainda promovem festas em datas comemorativas como Carnaval, festas juninas, grandes apresentações nacionais e internacionais de música como Rock in Rio, Lollapalooza, eventos futebolísticos etc.
Certamente não se trata aqui de sugerir medidas drásticas como na China, mas a promoção de artistas e festas, num momento em que a sazonalidade potencializa não só a COVID-19, mas também a explosão de agravos respiratórios, não poderia estar acontecendo.
Tampouco se deveria estar obcecado com a necessidade de desobrigar total ou seletivamente o uso de máscaras.
Sabemos que desde a sua descoberta, o vírus SARS-CoV-2 tem apresentado mutações das mais variadas e gerado cepas ora mais infectivas, ora mais agressivas cujo potencial danoso futuro ignoramos totalmente.
Simplesmente não se deve baixar a guarda e continuar a lembrar à nossa população, a importância de evitar aglomerações sempre que possível e ir se acostumando com o uso de máscaras ainda por muito tempo e em qualquer ambiente que seja. Máscaras, higiene das mãos, etiqueta respiratória deveriam incorporar nossos hábitos de vida. É de bom alvitre que os médicos e suas entidades se posicionem de maneira direta, clara e pautados em
evidências emanadas de autoridades de ilibada competência.
É perceptível, um certo relaxamento da população enquanto se observa uma crescente incidência das moléstias respiratórias, dentre elas, a COVID 19. A quarta onda chegou e nem podemos afirmar que a terceira foi imprevisível. A política de avestruz e a politicagem não machucam a ninguém, a não ser a nós mesmos.
Dr. Gabriel C. de Alvarenga – Diretor de Defesa Profissional