Pneumonia

Ah o outono! Quem não ama?
Estação do ano que as chuvas dão uma trégua, conseguimos desligar o ar-condicionado, o friozinho chega com vinho e comidas deliciosas…
Mas também é a época do ano em que somos presenteados com um clima mais seco e também propício às doenças respiratórias.

Logo que esta estação do ano chega, vemos as filas se formarem nos prontos atendimentos respiratórios, e rapidamente vemos notícias de enfermarias, tanto adulto quanto infantis, estarem abarrotadas!

De fato, o clima tem um papel fundamental no aparecimento de doenças respiratórias. Isso porque em temperaturas mais frias, temos a tendência de ingerir menos líquido, desidratando, e a via aérea que muitas vezes já é afetada pelo aumento da poluição nos grandes centros urbanos. Além disso, por causa do frio, nos mantemos em ambientes fechados, o que favorece a propagação de vírus e bactérias e dessa maneira o desenvolvimento de pneumonias.

Em adultos as pneumonias bacterianas ambulatoriais têm como principal agente o S. pneumoniae, seguido de M. pneumoniae e H. influenzae, tendo o quadro clínico semelhante, como: tosse que pode ser com ou sem expectoração, febre, falta de ar, dor torácica e prostração. Em extremos de idades alguns sintomas podem não ser evidenciados e, portanto, devemos ficar atentos a mudanças de humor e confusão mental.

De fato, não é à toa que a pneumonia é hoje a maior causa de morte por infecção em adultos e crianças. Sabemos que o tratamento e forma como deve ser realizado o manejo e seguimento de cada paciente irá depender da gravidade de cada caso, e, portanto, existem casos onde o manejo pode ser realizado ambulatorialmente, porém, em pacientes com queda da oximetria, confusão mental e sinais de gravidade como hipotensão e sepses, merecem um seguimento intensivo hospitalar.

Além disso, é importante que estejamos aptos a orientar a atualização da carteira vacinal, não só com relação às vacinas de COVID e influenza, mas também a pneumocócica. Atualmente dispomos de duas vacinas para a prevenção de doença pneumocócica invasiva, a vacina de polissacarídeo (PPV 23), que deve ter seu reforço realizado uma única vez após 5 anos e a vacina conjugada, sendo a mais utilizada a sorotipo 13 (PCV13). Assim, ambas vacinas devem ser realizadas, ou seja, o uso de uma não exclui a necessidade da outra respeitando sempre o intervalo de tempo necessário, e lembrando que mesmo vacinados, ainda podemos desenvolver pneumonia, pois sempre irá existir a variante do hospedeiro.

Ah o outono… realmente uma estação inesquecível!

Dra. Laura Deltreggia – Pneumologista – CRM 139.347 | RQE 56.673

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