Cada vez menos poderemos ignorar a finitude dos recursos quando lidamos com prestação de serviços de saúde. Sua primorosa gestão tem por finalidade, promover a qualidade de serviços em saúde e promover a saúde de fato, com uso eficiente dos recursos. A questão da eficiência no seu uso ocorre num eixo entre a demanda e o desfecho, passando pela prestação, onde temos que ter clareza nas prioridades, no direcionamento de fluxos de demandas, uso de protocolos assistenciais construídos com base na medicina baseada em evidências, nos registros fidedignos dos custos, na avaliação criteriosa dos desfechos de modo a poder correlacionar esses diversos fatores. Em breve, novas métricas em estudo permitirão a maximização desses desfechos, minimizando os custos.
A gestão de recursos, qualquer que seja o âmbito, público ou privado, deveria obedecer ao princípio da disponibilidade, da equidade e da eficiência. De outro modo, a conta nunca fecha e não saímos do campo das promessas, da ilusão ou mesmo, das falências.
A pulverização da formação médica com a equivocada abertura de escolas médicas, a falta de recursos que conversem com a demagógica expansão de direitos, além da crônica falta de investimentos, infelizmente só irão prolongar o atraso no setor.
Perdemos tempo, jogamos dinheiro no ralo e perdemos vidas. Contudo, engana-se quem acha que a qualidade da formação que contempla novas habilidades e competências seja secundária. Embora necessário, não basta só informatizar.
Felizmente, a busca da eficiência de gastos tem um aliado oportuno que a torna exequível.
Disrupcão digital, engenharia de dados e IA, são contextos e ferramentas que dão base a uma nova forma de lidar com informações em saúde, de modo a evidenciar correlações e tendências em meio a uma pletora de dados compilados por meio de algoritmos, cada vez mais performantes.
Não há outro caminho para racionalizar gastos, custos, ampliar e democratizar o acesso e ainda entregar uma saúde de qualidade e de modo sustentável, sem a qualificação tecnológica e sem qualificar a formação. Já dispomos de expertise e temos grandes e excelentes expoentes na matéria.
Precisamos ter em mente que não há como tudo isso lograr, se ainda não percebermos e atuarmos na carência quase que cultural, da nossa população em educação em saúde. Ainda uma lição a assimilar o quanto antes.
Dr. Gabriel C. Alvarenga – Presidente da APM Indaiatuba.