Novos critérios de classificação da fibromialgia

Por definição, a síndrome da fibromialgia é caracterizada por dor músculo esquelética difusa, acompanhada por fadiga, alteração do sono e outros sintomas gerais, atribuída sobretudo a amplificação da percepção da dor por sensibilização do sistema nervoso central.

A prevalência da fibromialgia (FM) varia de 0,7% a 5% na população geral. Esta prevalência é ainda mais alta nos consultórios reumatológicos, presente em mais de 10% de todos os pacientes. No Brasil, a prevalência é de 2,5%, sendo a segunda doença reumática mais comum depois da osteoartrite.

Apesar de ser uma doença com critérios de classificação estabelecidos há cerca de 30 anos, e serem baseados na avaliação clínica, há um atraso no diagnóstico, tratamento médico e avaliação pelo reumatologista, de acordo com dados do registro brasileiro de FM.

O quadro clínico da síndrome da fibromialgia costuma ser bastante rico, apresentando seus portadores, habitualmente, múltiplas queixas. Nesta complexidade de informações, a consulta tende a ser demorada, exigindo anamnese cuidadosa e exame físico detalhado, além de fornecimento de explicações a respeito dessa síndrome dolorosa crônica e dos diversos fatores concomitantes.

Os novos critérios de classificação da fibromialgia, revisados em 2016, retira a obrigatoriedade dos tender points:

(1) Presença de dor generalizada, definida como a dor em pelo menos 4 de 5 regiões pré-estabelecidas.
(2) Os sintomas estão presentes em um nível similar durante pelo menos 3 meses.
(3) Pontuações dos Índice de dor generalizada (WPI) > 7 e escala da gravidade dos sintomas (SSS) > 5 ; OU WPI de 4-6 e SSS > 9.
(4) O diagnóstico de fibromialgia é válido independentemente de outros diagnósticos.

A FM não costuma levar à incapacidade laborativa. Em casos de dor ou fadiga de intensidade significativa, o afastamento do trabalho por curto período de tempo pode ser considerado. É fato que o afastamento prolongado e a busca por compensação financeira no contexto da dor crônica podem ser prejudiciais para o paciente, na maioria das vezes agravando ainda mais a enfermidade no contexto biopsicossocial.

Dr. José Roberto Provenza – Reumatologista

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