As Epicondilites são definidas como síndrome dolorosa localizada na região dos epicôndilos (lateral e medial) do cotovelo, resultante do uso excessivo da articulação.
Na extremidade distal do úmero existem duas saliências ósseas, uma externa e uma interna, denominadas de epicôndilo lateral e epicôndilo medial. É a partir da identificação dos tendões afetados que nomeamos apropriadamente os tipos de tendinite:
Epicondilite lateral (“cotovelo do tenista”): É a inflamação dos tendões que se originam no epicôndilo lateral, na parte externa do cotovelo, com envolvimento do tendão do músculo extensor radial curto do carpo. Epicondilite medial (“cotovelo do golfista”): É a inflamação dos tendões que se originam no epicôndilo medial, na parte interna do cotovelo, com envolvimento do tendão do músculo flexor radial do carpo e do pronador quadrado.
É uma das causas mais comuns de dores nos consultórios ortopédicos. Acomete principalmente 5% pacientes jovens praticantes de atividade física intensas (tênis, golfe) e 95% pacientes entre 35 e 55 anos, geralmente associados a atividades de repetição ou esforços intensos isolados.
Ocorre igualmente nos sexos masculino e feminino e é mais predominante nos brancos. O que pode causar a epicondilite é a sobrecarga devido aos movimentos excessivos do braço e cotovelo, promovendo o desgaste destas regiões. Com isso, pode ocorrer fissuras e microtraumas nos tendões, iniciando um processo inflamatório.
O quadro clínico cursa com DOR sobre os epicôndilos, que se irradia ao longo dos músculos do antebraço, principalmente aos movimentos de extensão e flexão, e incapacidade para a prática esportiva, atividades laborativas e da vida diária.
O tratamento conservador é bem-sucedido em 95% dos pacientes. Medidas como repouso, aplicação de gelo, medicações anti-inflamatórias, fisioterapia analgésica e infiltração com corticosteroide costumam dar bons resultados. Nos pacientes com quadro álgico agudo, pode-se imobilizar o membro com uma tala axilopalmar por 7 a 10 dias.
O tratamento cirúrgico é indicado apenas nos casos que não melhoram com seis meses de tratamento conservador. É realizada a ressecção por via aberta do tecido degenerativo e reparo direto ao osso. A melhora ocorrerá dentro de 3 a 4 meses se bem-sucedido e 1 ano é um período razoável para considerar uma nova intervenção, caso não ocorra melhora dos sintomas. Já no tratamento
artroscópico, a lesão pode ser tratada de forma menos agressiva. Ela possibilita o exame intrarticular para outras patologias, permitindo ainda um período de reabilitação mais breve e um retorno mais rápido às atividades.
Em todo caso a consulta com um ortopedista é fundamental, para realizar a investigação diagnóstica necessária e a prescrição do tratamento mais adequado ao quadro clínico do paciente e seu perfil.
Dra. Monize Bernardinetti – CRM-SP: 206.140 | RQE: 110272 – Ortopedia e Traumatologia