No tratamento da obesidade, a perda de peso é apenas parte do processo, e é preciso entender que manter o peso perdido é a parte mais difícil, por ser eterna e requerer esforços contínuos (como a analogia de andar numa escada rolante ao contrário).
A dificuldade da manutenção existe também, pois ela gera menos recompensa e motivação: ninguém comemora por estar com o mesmo peso de 1 mês atrás com o mesmo vigor que comemora as perdas.
Buscar novas metas de evolução para essa fase pode ajudar no processo e o melhor é olhar para o exercício físico.
Estudos mostram que mais de 90% das pessoas bem-sucedidas em manter o peso são fisicamente ativas, e a média de exercício é ao redor de 300 minutos por semana.
Assim, uma estratégia pode ser, ao ter atingido um peso de manutenção, focar menos na balança como objetivo, e mais como parâmetro, e usar evolução no exercício como meta principal. Por exemplo, estou correndo 5Km, vou ter uma meta de chegar nos 6Km; ou aumentar a carga de exercícios de força, e assim por diante.
É claro, um bom profissional de educação física pode ajudar bastante no processo.
Dessa forma, sempre haverá algo a atingir, o foco (e eventual paranoia) com a balança pode reduzir, e a tendência inclusive é a melhora de composição corporal a longo prazo, mesmo sem grande variação no peso.
Focar na composição corporal na manutenção também é viável, mas as melhoras tendem a ser mais lentas, e não adianta ficar fazendo bioimpedância ou outros métodos com muita frequência.
Ou seja, use o exercício físico como seu maior aliado para essa fase. Sem ele, a chance de manter o peso a longo prazo é muito menor, e com ele, você consegue buscar novos objetivos que sempre te desafiem!
Além, é claro, de todos os benefícios em saúde e qualidade de vida que vão muito além dos números na balança.
Dra. Cristiane Annicchino – Endocrinologista – CRM 82193 RQE 77537 | @dracrisannicchino.endocrino