Corrida contra o tempo: Vamos Falar Sobre Fetilidade Feminina!

A reserva ovariana é um dos marcadores da fertilidade feminina. As chances de uma gestação natural caem com a diminuição da quantidade e da qualidade dos óvulos. Sendo assim, quanto mais a gestação é adiada, seja por um desejo pessoal ou por problemas de fertilidade, ter uma gravidez natural pode ficar mais difícil.

A mulher nasce com um estoque limitado de óvulos que vai caindo durante toda a vida, até que esse estoque acaba e a mulher entra na menopausa (entre 48 e 50 anos). Temos então uma queda quantitativa da reserva ovariana ao longo dos anos.

Mas além do componente quantitativo, temos que pensar no aspecto qualitativo da reserva ovariana. A partir dos 35 anos, e principalmente após os 40 anos, os óvulos vão perdendo progressivamente sua qualidade, ou seja, vão perdendo a capacidade de formar embriões normais e aumentando o risco de alterações cromossômicas.

Mesmo o envelhecimento ovariano tendo causas naturais e genéticas existem outros fatores que podem influenciar negativamente neste processo como o estresse, distúrbios psicológicos, cansaço, uso de drogas, bebidas, cigarro, hábitos alimentares inadequados e noites mal dormidas. 

A ultrassonografia transvaginal é o principal teste realizado para avaliar a reserva ovariana, pois possibilita a contagem dos folículos antrais. A dosagem dos níveis de FSH (hormônio folículo-estimulante), que atua no desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos, indica a resposta ovariana no ciclo em que o teste é realizado. Já o hormônio antimülleriano (AMH), produzido pelas células da granulosa dos folículos pré-antrais e antrais, demostra que quanto maior o número dos folículos no ovário, maior a reserva ovariana, como a concentração sanguínea de AMH. Este hormônio, diferente do FSH, não sofre variação expressiva dentro do ciclo menstrual.

Na reprodução assistida existe a possibilidade da preservação social da fertilidade feminina por meio do congelamento de óvulos. Dessa maneira, a mulher mantém os seus gametas preservados durante um longo período, até que deseje utilizá-los futuramente.

A técnica utilizada para esse fim é a criopreservação, atualmente realizada por vitrificação- técnica de congelamento ultrarrápido. Posteriormente, quando desejar, a gravidez é obtida pela fertilização in vitro (FIV). Para preservar seus gametas, inicialmente a mulher é submetida ao procedimento de estimulação ovariana, no qual recebe uma dosagem hormonal que estimula o desenvolvimento ovariano para se obter mais óvulos. Esse material é congelado e preservado pelo tempo que ela considerar necessário.

Não existe nenhum tratamento para reposição dos óvulos perdidos, por isso o ideal é congelar ainda na fase que os folículos estão ativos. Com esse procedimento as chances de engravidar são as mesmas da idade que a mulher tinha quando fez a coleta dos óvulos, se tornando uma opção para mulheres que queiram realizar o desejo da maternidade, mesmo que tardiamente. 

ATENÇÃO MULHERES: PRESERVEM SUA FERTILIDADE!
Procure engravidar antes dos 35 anos. Se houver histórico familiar de menopausa precoce e ainda não puder engravidar, congele seus óvulos. Se estiver com idade próxima aos 35 anos e com uma vida conjugal estável e sem filhos, saiba que o melhor momento é agora. Não adie mais, pois a sua fertilidade não estará melhor nos próximos anos. Se estiver com idade próxima aos 35 anos e não houver perspectivas de engravidar em curto prazo, pense na possibilidade de congelar seus óvulos.

Dra. Dayana Couto – Ginecologista e Obstetra Especialista em Reprodução Humana – CRM 145.498 | RQE 53.187

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