Entre as várias atribuições do trabalho do médico, a informação de qualidade prestada aos pacientes é uma missão de extrema relevância.
Tão importante quanto medicar ou realizar procedimentos cirúrgicos é a precisa orientação dos pacientes.
O conhecimento científico não se adquire de forma fácil. A formação científica do estudante de medicina é lenta, complexa e custosa. O conhecimento e a correta avaliação de artigos científicos não são tarefas simples. Exige o conhecimento das ciências básicas, da clínica e do método científico. Não raro são publicadas pesquisas sem os necessários critérios de estudos e muitas vezes são apontadas conclusões que não se mostram razoáveis em função dos métodos e resultados utilizados.
Ocorre com frequência que o profissional, ao ler um artigo científico, se atenha exclusivamente às conclusões apresentadas ao final do trabalho. Trata-se de grave equívoco, uma vez que limitações ou falhas no método de pesquisa ou na discussão dos resultados podem levar a conclusões equivocadas.
O conhecimento científico é extremamente importante na formação médica, mas não é suficiente. A formação médica deve incluir uma formação em ciências humanas que possa levar ao desenvolvimento de uma habilidade no estudante e no jovem médico de reconhecerem elementos de crenças e ideologias que possam interferir no diagnóstico de indivíduos e populações.
Se o conhecimento de anatomia, histologia, fisiologia, bioestatística, entre outras ciências básicas, é indispensável na formação e na prática médica, o conhecimento de fundamentos de filosofia, sociologia, psicologia e antropologia são igualmente necessários. A correta avaliação clínica, a qual possibilitará orientação precisa, deve incluir uma análise global dos fatores socioambientais e psicológicos relacionados ao processo saúde-doença.
A questão da correta informação é de extrema importância na formação e na prática clínica e deve estar presente em nossa reflexão diária acerca de nossa profissão.
Francisco Ruiz – Presidente da APM Indaiatuba