Nos dias 6 e 7 de agosto, teremos a nobre oportunidade de exercer a cidadania médica, escolhendo os conselheiros que irão compor o Conselho Federal de Medicina – CFM.
O CFM é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira, sem qualquer vínculo funcional ou hierárquico com os órgãos da Administração Pública.
CFM e os Conselhos Regionais de Medicina – CRMs, hierarquicamente constituídos, são os órgãos supervisores da ética profissional em toda a República e, ao mesmo tempo, julgadores e disciplinadores da classe médica, cabendo-lhes zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina, pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exerçam legalmente.
Cada estado e o Distrito Federal elegerão dois conselheiros federais, um titular e um suplente, totalizando 54 conselheiros. Além deles, se juntarão ao grupo, dois nomes indicados pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Nos próximos 5 anos portanto, os escolhidos serão os representantes de nossos pensamentos, nossos braços, serão nosso alto comando, num contexto atual muito conturbado em que se está lutando pela sobrevivência da profissão e da própria instituição médica.
Precisamos nos libertar da captura ideológica bipolar que empobrece e torna superficial, qualquer tentativa de debate que queira discutir e articular alguma reação lúcida e estratégica, pois é exatamente essa postura perniciosa que nos enfraquece e nos paralisa. Foi assim que os últimos pleitos médicos foram minados e esvaziados de um mínimo senso crítico e levou a votos desprovidos de critérios. Aliás, essa foi a tática moral e eticamente questionável, porém bem-sucedida, empregada nas eleições do CRM e com certeza deverá ser reeditada.
Certamente há demandas passiveis de serem exploradas e defendidas por pessoas altamente qualificadas e capazes, que precisamos urgentemente colocar dentro do CFM. A defesa de ideologias partidárias é prerrogativa de partidos políticos, e a nossa enquanto entidade representativa de classe, precisa imperativamente ser técnico e ético- profissional. Sob hipótese nenhuma podemos permitir que sejamos capturados. O prestígio da medicina deve ser o nosso único foco.
Gabriel C. Alvarenga – Presidente da APM Indaiatuba